quinta-feira, 12 de junho de 2008

VERSOS DE RODEIO


Personagem

Boa tarde,

Primeiramente, a idéia desse post era trazer apenas versos de rodeio, porém, achei que ficaria muito "jogado". Assim, tive a idéia de trazer uma figura importante, um narrador, para nos contar um pouco mais sobre isso.

Marco Aurélio Ribeiro, o Marco Brasil, é locutor de rodeios desde 1996. A rapidez na improvisação dos versos e a voz possante fez do paulista da cidade de Dracena um dos maiores locutores de todo o Brasil.
Foi em 1996, que Marco lançou o seu primeiro CD, com versos e músicas sertanejas. Teve uma tiragem de 400.000 cópias. Sempre apaixonado pelo mundo country, começou a percorrer em rodeios de todos os cantos do Brasil. Lançou 8 CDs e 1 DVD, o "Marco Brasil 10 Anos". Desde 2005, apresenta o programa "Fronteira do Brasil", da TV Fronteira, com quadros que valorizam o trabalho no campo e a culinária, além de apresentações de duplas sertanejas.
O locutor participou durante 5 anos de show e rodeios por todo o Brasil. Seus versos encantam e alegram a todos. .

Qual a sensação de ser o "mestre de cerimônias" de um rodeio?
Marco:
Acho que é a mesma de um jogador de futebol, quando faz um gol. O rodeio é minha vida, não me vejo sem esse dom que Deus me deu. É maravilhoso poder fazer da minha voz a emoção do rodeio.

O que você sente quando se vê de frente com aquela multidão no rodeio?
Agora mesmo acabei de sair de um show em Gurupi (Tocantins) e estou no aeroporto relembrando cada pessoa que estava presente, vibrando, cantando e se emocionando com os poemas. Há horas em que paro e fico pensando: "será que sou eu mesmo e tudo isso me pertence ?"

Os rodeios e o sertanejo estão virando uma "febre" no Brasil? Se sim, essa "febre" é passageira?
Se você me perguntasse há alguns anos, eu diria que tinha dúvidas. Mas agora eu sei que o rodeio está estabilizado, acabou a febre e ficou realmente quem tem garra pra vencer, quem está estruturado e vê o rodeio de forma profissional. O sertanejo está numa fase de renovação, e isso é muito bom. Agora é a vez de César Menotti & Fabiano e Victor & Léo, entre outros.

Você já passou por algum momento constrangedor durante a locução de algum rodeio?
Em Barretos 2005, a minha calça rasgou durante a apresentação e eu, numa boa, disse que aquela calça não era da minha marca (jeans Marco Brasil) e sim, de uma concorrente (risos).

Qual momento não sai da sua cabeça em mais de 10 anos no mundo do rodeio?
Meu primeiro rodeio em Dracena-SP, minha terra natal, onde tive uma vida difícil e de muita luta. Nessa ocasião, recebi meu primeiro disco de ouro.

Qual é o melhor Rodeio do Brasil na sua opinião e por quê?
Aquele que me contrata e paga (risos). Não, falando sério, sem sombra de dúvida e o de Barretos.

Você já realizou todos os seus sonhos profissionalmente? Se não, o que falta?
Ainda quero fazer um programa sertanejo na TV, resgatando os antigos e apresentando os novos talentos.

Quais são as suas duplas sertanejas preferidas?
Milionário & José Rico, Durval & Davi, Joaquim & Manuel, Chitãozinho & Xororó, Edson & Hudson e César Menotti & Fabiano.

Qual é a melhor parte do rodeio? As festas, os campeonatos, a "azaração"?
Rodeio é tão maravilhoso que até a poeira me faz bem, mas as montarias e a parte religiosa são os pontos altos .

Os versos que o locutor faz nos rodeios saem na hora? Qual verso não pode faltar?
Alguns versos sim, outros tem uma base e, dependendo da ocasião, improviso na hora. Os poemas que retratam a vida e as histórias não podem faltar de jeito nenhum, mas os versos que eles mais gostam é os que falam de loura ou morena. "A loira é minha paixão, japonesa é minha pequena. Que me perdoem as duas, mas eu prefiro a morena".

Para finalizar, fale um verso para nós:

"Alô meu povo !!!Quem vos fala, se apresenta, sou doçura, sou pimenta,sou grosso e gentilsou trovão sou tempestade,sou do campo e da cidade, eu sou Marco Brasil !!!"


Agora confira os VERSOS DE RODEIO mais conhecidos no Brasil:


"Eu nasci num ninho de cobra.Minha mãe era serpente.Eu bebi do leite dela.Meu sangue ficou mais quente.Jacaré mato no tapa.Cascavel mato no dente.Porque o sangue que corre na minha veia. É o veneno do aguardente"


"O homem que tem uma mulher e respeitado,o homem que tem duas mulher e privilegiado, o homem que tem três mulher e assanhado, o homem que tem mais de três mulher sai da frente que e tarado...

Quando eu morrer não quero nem choro e nem vela, não quero homem e nem mulhe só quero ser enterrado na porta de um cabaré..."


" Sou adepto na arte de farrear, porem na zona aprendi a amar e da zona não quero largar. Conheço toda zona que existe no Estado, sou amigo das biscates e companheiro dos veados. Andei por muita zona e por muita zona tenho paixão, conheço muito corno, gigolô e cafetão. Há mais de 25 anos que eu vivo nesta vida, porta de boteco e casa de rapariga, garrafa destampada e mulher de perna pra riba!!!!! "


" Eita amor bandido mata esse coração sofredor passeando em terra bonita conhece uma loira e uma morena também para loira eu ate olhei mais foi pela morena que eu mim apaixonei!!! orrilaaaLoira se tu soubesse o jeito gostoso que a morena tem, tu comprava tinta preta e ficava morena também SIGURAAAAAAAAAAA PEÃOOOOOOOO"


" Se encontrar a minha paixão, diga que estou sozinhoMorando no mesmo endereço, do nosso ultimo ninho.Por favor, diga pra ela, que depois que ela se mudouQue casei com a saudade que restou do nosso amor! "


"Eu deixei a minha família ainda tinha pouca idade,Vivi a vida conturbada como vive na cidadeMinha mãe esta velhinha, mas de mim sente ciúme,Eu entrei na noite escura, escoltado por vaga-lumes.Com a saudade e a distancia o meu orgulho deixeiE pra junto da minha família para sempre eu voltei!"


" A pinga vem da cana.E a cana vem da roça.Homem que tem duas Mulheres.Uma é dele e a outra é nossa."


Chega, né?



Esses versos foram coletados dos sites:


panelinhabelezera.vilabol.uol.com.br

marcoscowboy.com.br

aomundocountry.com.br


Abraços,


Larissa Alves

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O Berrante



Que tal começar com a definição? (Segundo Wikipédia)


Berrante é uma corneta feita com chifres de bovino ou de outros animais. É uma espécie de buzina cujo som imita o mugido dos bovinos e é usado desde a Antiguidade por pastores e atualmente por vaqueiros brasileiros e africanos para chamar o gado no campo ou no transporte por intermédio das comitivas.
Quando pensamos em sertanejo (eu pelo menos), pensamos no berrante e nos homens que tocam o mesmo com uma paixão de invejar qualquer pessoa. O som pode não parecer tão agradavel para alguns, mas tem toda sua beleza.
Se no violão, na guitarra, no violino, na viola e outros instrumentos as notas são dadas através da posição dos dedos (que nada mais é que uma teoria) no caso do berrante a boca é quem dá a nota.
Ouvi dizer que a técnica está em tocar sem encostra muito a boca no bocal (ponta do berrante).
Existem sons específicos para representar o que for preciso, como exemplo temos o Estradão que é quando a boiada toma a estrada e vai seguindo calmamente o ponteiro da o toque de estrada. O som deste toque agrada muito a boiada.
Para alguns, uma paixão e para outros apenas o desconhecido. De qualquer forma esta é a história do instrumento que faz parte da vida dos sertanejos

Até mais!


Algumas informações foram retiradas do site abaixo:
http://www.solbrilhando.com.br/_Rodeios/_Nac/Berrante.htm

Ana Carolina Baldin

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Continuando... Definindo a música Country! ! !

Prezados leitores, dando continuidade ao nosso trabalho, você acompanha a seguir, algumas características do Country. Este que é mais um "braço" do sertanejo, ou seria o sertanejo um "braço" do Country?!
Acompanhem...


"É preciso ter cheirado muito esterco de cavalo antes de cantar como um caipira."
Hank Williams, estrela da musica country.


A música country (música do interior) é uma mescla dos mais variados estilos populares provenientes do Sul dos EUA e pelas montanhas dos Apalaches. As suas bases podem ser encontradas na Música Gospel, na folclórica tradicional, celta, blues e na música popular do séc. XIX que teve um desenvolvimento repentino nos anos 1920.
Sabe-se que o gênero é representado por homens do campo, com isso associa-se à vestes e instrumentos rústicos como o Bandolim, Banjo, Rabeca, Violão. As primeiras gravações datam de meados de 1922, quando o som de Uncle Eck Robertson e Henry Gilliard foram lançados no mercado norte-americano. Quando pensamos em um nome para rotular de “pai da música Country”, logo indicamos Jimmie Rodgers. Porém o grande e principal nome da música deste gênero é Hank Williams, o autor do clássico Jambalaya.
Geograficamente, a capital símbolo do country é Nashville, já que é lá a sede das mais importantes gravadoras de gênero, e onde se realizaram os mais famosos festivais desse estilo musical.

Tipos de dança country:
*Single Dance (dança sem par), Line Dance (em fila) ou Honky Tonk (formando coreografias), onde cada um adapta ao seu estilo, fazendo giros diferentes, desde que a estrutura básica da coreografia não seja atingida.
*Partner Dance (dança de par), se aproxima da dança de salão brasileira, onde não existe coreografia pré-definida e os passos são comandados pelo cavalheiro da dupla.
*Two-Step (passo a dois), com coreografia, dançando em círculos ou livremente, como em uma quadrilha.

Nos dias atuais novos nomes estão aparecendo no cenário do country: Shania Twain, Alan Jackson, Clint Black, Suzy Bogguss, Garth Brooks entre outros.

Referências: Creating Country Music


Marcelo Casagrande

domingo, 25 de maio de 2008

DRAMATIZAÇÃO


Nesse blog já falamos um pouco sobre vários assuntos, roupas, rodeio, músicas, origens, vocabulários, agora chegou à vez de falarmos sobre a dramatização.

Estava pensando sobre o próximo post e me lembrei dos tempos que meu pai assistia Mazzaropi. Amácio Mazzaropi, seus filmes eram exibidos na extinta Manchete, onde interpretava o personagem Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato, o caipira de fala arrastada, calças curtas, paletó apertado, camisa xadrez, botinas e muita malícia, programa que em 1959 cativou os telespectadores.

Fiquei imaginando quantos outros papéis fizeram história na TV, claro que não consegui lembrar de muitos, mas lembrei das novelas (porque será???)

A primeira que veio a mente foi Ana raio, interpretada por Ingra Liberato e Zé trovão por Almir Sater, novela também exibida pela extinta rede Manchete. Ela, uma famosa peoa de rodeios, e que por destino acaba entrando na vida de Zé trovão, também um conhecido peão, aí já dá pra imaginar o restante, como todas as novelas, muito ódio, amor, sofrimento e um final feliz.

Outras novelas que conquistaram o público e tiveram núcleos sertanejos e caipiras: O cravo e a Rosa, Eduardo Moscovis interpretando Julião Petruchio, um caipira que decide se casar com para salvar sua fazenda com o dote do casamento, e Adriana Esteves que dava vida à moderna Catarina, que se tornou mulher de Petruchio.

Tem também Drica Moraes, interprete de Márcia na novela Chocolate com Pimenta, que ficou conhecida com o chavão: Eu sou chique benhê.

Quem não se lembra de Pirilampo e Saracura, uma dupla sertaneja interpretada por Almir Sater e Sérgio Reis, na novela o Rei do Gado, onde Antonio Fagundes era um grnade fazendeiro e se apaixona por Luana, Patrícia Pilar que interpretava uma bóia fria.

E por fim, Alma Gêmea, na verdade a novela tratava sobre amores do passado, vida após a morte, espiritismo, mas quem roubou a cena foi o núcleo caipira, uma turma muito divertida, como a ingênua Mirna, que consagrou Fernanda Souza, que estava desesperada para se casar, e o irmão, o rabugento Crispim, interpretado pelo ator Emílio Orciollo.

Citei essas novelas porque o elenco escalado para interpretar esses personagens, deram um show de interpretação e acabaram roubando a cena dos núcleos principais e dos protagonistas, e também como uma homenagem a esse universo Caipira/Sertanejo, que em alguns momentos não fazem rir, tirar sarro de um, hora de outro, mas sem perder o respeito por essas pessoas que alegram o nosso dia a dia, afinal que dona de casa não se diverte com as novelas, sem contar a grande quantidade de pessoas que vão ao rodeio pra relaxar, paquerar e se divertir.

Rosemeire Souza

terça-feira, 20 de maio de 2008

DIALETOS

A galera está circulando por uma festa de rodeio e de repente uma pessoa comenta: “Vamos pro outro lado, ali tem um bando de MOFETE”.

Essa palavra pode ser conhecida por alguns, mas certamente os outros ouvintes ficarão curiosos para saber o significado.

Isso acontece porque a nossa língua portuguesa tem uma lista ampla de palavras, algumas se diferem dependendo de estados, regiões e cidades.

Quem nunca viu um dicionário de palavras próprias de um estado? Geralmente está a venda nos estados mais visitados por turistas, a Bahia tem um muito conhecido chamado dicionário baianês.

Mas como estamos falando um pouco do universo sertanejo, deixo abaixo algumas palavras para vocês irem se familiarizando para o próximo rodeio, ou para quando forem visitar um outro estado...ah, o significado de MOFETE também está abaixo....bom aprendizado!!!
Abeia braba - É o peão fraco, que não consegue ficar em cima do animal
Aguado - Animal estressado, cansado, que não pula na montaria.
Ajeitado - Bonito
Apelo - Algum tipo de falta cometida pelo cowboy na montaria.
Apurrinhado - Touro ou cavalo bom para rodeio.
Baixeiro - Manta/protetor de tecido usado entre o dorso do animal e o arreio.
Barreira - Fita que delimita o início da prova e que não pode ser "queimada".
Berrante - Instrumento feito de chifre de boi com detalhes em couro. Emite sons agudos e graves, que a cada toque é uma senha: avisa a hora do almoço, toque de perigo e orienta o sinoeiero.
Bicharedo - Pessoa legal.
Bitelo - Boa pinta
Boqueta - Coisa ruim.
Brete - Local onde ficam confinados os animais antes da prova e onde são preparados para montaria.
Bruaca - Mala de couro, estilo baú, na qual as comitivas levam seus mantimentos e talheres.
Cabeceira - Excelente cowboy.
Cancha - contar vantagem.
Caneca de dente - É uma caneca com suas bordas serrilhadas, usada somente para pegar água do recipiente. Estas serrilhas são propositalmente feitas para que impeçam as pessoas de levarem a caneca à boca.
Carregado - Quem usa roupa country com muitas franjas e bordas.
Cavalo veiaco - Cavalo de difícil montaria.
Cavalo xucro - Animal selvagem, que não dá doma.
Cernelha - Parte do animal selvagem entre a crina e o dorso.
Chaiene - Mulher bonita.
Chaparreira - Calça de couro com franjas usadas pelo peão por cima do jeans durante a montaria
Chique até - Pessoa bem vestida ou algo bem bonito.
Chique no "úrtimo" - Algo muito bom.
Coiote - Copinho de cabaça para tomar pinga.
Comitiva - Grupo de peões que antigamente levava o gado das fazendas para os frigoríficos. Faziam parte da comitiva o cozinheiro, responsável pela bóia ou rango (comida), e o berranteiro, que orientava o gado e seus companheiros ao toque do berrante.
Consolação - Cachê recebido pelo peão.
Corda americana - Corda usada para envolver o touro. É toda trançada onde o peão segura amarrando-a na luva. Eles passam breu na corda para dar maior aderência. Corote - tonel de madeira para colocar a pinga.
Crioulo - Estilo gaúcho de montar, não usando arreio e segurando apenas na crina do cavalo.
Cumpa - amigo.
Cutiano - É um instrumento de couro usado para montaria, que também dá nome a um estilo de montaria.
Dar febre - Incomodar, dar trabalho e preocupação.
Dirrubada - Péssimo rodeio.
Duro de boi - Peão bom.
Escorpião no bolso - Cowboy pão-duro, não gasta com nada, mão-de-vaca.
Espritado - Pessoa agitada. Pode ser usado também para cavalos e bois.
Estribo - Lugar onde o cowboy coloca os pés.
Fantasma - Peão medroso, que tem medo do animal.
Fervo - Festa boa.
Gineteada - Ato de montar e esporear.
Ginete - É o nome dado aos peões.
Guaiaca - cinto de couro que possui várias partes para colocar moedas, canivete, dinheiro.
Guampo - Copo feito de chifre para se beber água.
Ir pro Goiás - O mesmo que levar um calote.
Jogar pedra nas pombinhas - Segurar vela, atrapalhar a paquera de alguém.
Lagarta de algodão - Termo usado quando o cowboy quase se machuca durante a montaria.
Loro - correia onde se prende o estribo.
Madrinheira ou madrinheiro - Pessoa responsável pelo resgate dos competidores na arena após a montaria.
Mala-de-louco - Peão que não tem estilo, mas que consegue parar no animal.
Manta - Bife grosso. Mofete - Pessoas chatas.
Moiá as palavras - Tomar cachaça.
Negar pulo - Quando o animal empaca no meio da arena, se recusa a pular.
Palhaço salva-vidas - Profissional que fica distraindo os animais na arena após a montaria dos peões, reconduzindo-os aos bretes.
Pamonha - Premiação do rodeio.
Peia - Corda usada para amarrar o animal.
Peiteira - Apóia no peito do animal para equilíbrio do peão.
Peseiro - Quando o peão laça o animal pelo pé.
Pialo - Tombo.
Pito - Saliência da parte dianteira da sela western (cabeça), onde se amarram os laços, ponto de apoio do laço na parte posterior da sela.
Polaco - Sinos de metal colocados no touro para irritá-lo.
Queixo-duro ou queixudo - Animal que não atende aos comandos das rédeas (correia para comandar as cavalgadas).
Sedém - Cinta que se amarra na virilha do animal, de crina e pêlo, provocando cócegas e fazendo que ele pule.
Sedém no talo - Calça jeans bem apertada.
Sinueiro - Boi experiente que comanda a manada, esperto, chefe da tropa.
Tá no náilon - mulher conquistada.
Traiado ou "na traia" - adepto de roupa country legítima e completa.
Trempe - Chapa de fogão dobrável usada nas comitivas.
Tropa - Grupo de cavalos e touros de aluguel para os rodeios.
Tropeiro - Dono das tropas.
Vazar - Ir embora.
Isso não vira não - Não vai dar certo.
'Cê é um raio né! - Você é rápido. Tem base? - Dá pra acreditar
?
Rosemeire Souza

segunda-feira, 12 de maio de 2008

CELEIRO SERTANEJO

Se alguém lhe perguntasse o que Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone e Jorge e Mateus têm em comum, além de serem grandes intérpretes da música sertaneja, você saberia responder?

Pesquisando um pouquinho sobre as duplas acima, descobri que além de grandes cantores e compositores, existem mais coisas em comum.
A maioria teve uma infância de privações, começaram a trabalhar desde cedo na lavoura com plantações e colheita de tomates, a música os fazia sonhar com um futuro melhor, desde cedo também aprenderam a tocar viola e sanfona, instrumentos essenciais para as músicas de raiz, são também compositores e levaram muitos “nãos” para obterem as “portas abertas”, que mudaria suas vidas e os transformariam no sucesso que são hoje.

Estamos falando do universo sertanejo, já falamos sobre música de raiz e alguma curiosidades envolvendo esse meio, porque não citar a origem dessas pessoas?

Quem nunca ouviu falar de Goiânia, conhecida por ser a cidade das mulheres mais bonitas, famosa pelas suas comidas típicas, entre elas: Galinhada, arroz com Pequi, Guariroba, pamonha e o melhor açaí na tigela?

Todos os cantores acima citados são da cidade de Goiânia, alguns nasceram no interior de Goiás e foram tentar a vida na capital.

O que é que Goiânia têm???

Zezé di Camargo e Luciano buscam refúgio nessa cidade quando precisam descansar, uma de suas maiores fazendas, tem o nome de É O AMOR, e fica em Goiânia.

Bruno e Marrone fizeram questão de gravar o DVD em comemoração aos 20 anos de carreira em Goiânia, como forma de agradecimento à cidade que os projetou e um presente ao povo goiano.

Jorge e Mateus seguiram o exemplo de Bruno e Marrone.

Leandro e Leonardo também não se esqueceram de suas raízes, segue o trecho de uma música, gravada em 1998, e que repercute até hoje.

Heeeei! Goiânia!Não deu prá segurar a barraEntão eu voltei!Heeeei! Goiânia!Avisa aqueles olhos lindosQue eu já cheguei...

Afinal, se formos relatar todos os cantores sertanejos, compositores, sanfoneiros, violeiros, todos que são de Goiânia, podemos afirmar sim, que Goiânia é um grande Celeiro Sertanejo.


Rosemeire Souza

quarta-feira, 7 de maio de 2008

ENTRELINHAS


Letras/ música X Letras/ música
O objetivo desse post não é procurar descrever, falar, opinar, historiar nada. E sim, apenas mostrar/ colar algumas letras de ambas vertentes. Espero, que vocês percebam as diferenças e igualdades do modo como foram compostas, os temas retratados...
A idéia não é comparar, apenas conhecer lados diferentes e não opostos.

Vou começar com “ Tristeza de Jeca”, de Angelino de Oliveira em 1926. Ele contribui muito para o reconhecimento que estabelecesse a música rural como gênero musical. Essa letra é conhecida por vozes como de Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Tonico e Tinoco.

Nestes verso tão singelo
minha bela, meu amor
pra você quero contar
o meu sofrer e a minha dor
eu sô que nem sabiá
qdo canta é só tristeza
vê meu gaio rebenta
nesta viola eu canto e gemo di verdadi
cada quarta representa uma saudade
eu nasci naquela serra
num ranchinho de rachão
tudu cheio de buraco
adonde a lua fai clarão
quando chega a madrugada
lá na mata a passarada
principía um baruião
nesta viola eu canto e gemo di verdadi
cada quarta representa uma saudade
vou parar cua minha viola já naum posso mais cantar
pois um jeca quando canta têm vontade de chorar
o choro que vai caindo
devagar vai se sumindo
como as água vão pro mar



Sigo para “ Sangue Caipira”, Alcino Alves e Teodoro: na voz de Teodoro e Sampaio

1 . Nas veias deste meu corpo corre sangue de caipira / No braço desta viola a minha alma suspira / Por onde quer que eu ande / qualquer chão que eu pisar / a saudade da infância / do meu tempo de criança / para sempre vou levar

2. As histórias do vôvô que já foi morar com DEUS / Até hoje me arrepia ao contar pros filhos meus / Tinha mula sem cabeça, corpo seco no gratão / Assustava qualquer homem / A história do lobisomem / sexta-feira da paixão

3. Mamãe varria o terreiro com vassoura de guanchuma / Logo toda a vizinhança chega uma por uma / Sentada junta a foqueira olhando a lua sair / a família conversava / só quando o galo cantava é que a gente ia dormir

4. Um rádio de pilha grande que alegrava nossa vida / pra ouvir modas de viola e a missa de Aparecida / Na igrajinha do bairro tinha leilão tinha prenda / tinha um povo matuto, jogando e gritando truco lá no terreiro da venda

5. Hoje quando eu encosto a cabeça no travesseiro / tudo isso vem no meu sonho, parece tão verdadeiro / Meu sentimento é tanto / que os olhos enchem de pranto e eu choro de saudade

Youtube: Teodoro e Sampaio no Programa do Jô http://www.youtube.com/watch?v=Wqqjfpn0ZDA&feature=related


Agora vêm Tião Carreiro e Pardinho com “Menino da Porteira”

Toda vez que eu viajava
Pela estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava
A figura de um menino
Que corria abrir a porteira
Depois vinha me pedindo
Toque o berrante seu moço
Que é pra eu ficar ouvindo
Quando a boiada passava
E a poeira ia baixando
Eu jogava uma moeda
Ele saia pulando
Obrigado boiadeiro
Que Deus vá lhe acompanhando
Por este sertão afora
Meu berrante ia tocando
Nos caminhos desta vida
Muito espinho eu encontrei
Mas nenhum caso mais triste
Do que este eu passei
Na minha viagem de volta
Qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada
O menino não avistei
Apeei do meu cavalo
Num ranchinho à beira chão
Vi uma mulher chorando
Quis saber qual a razão
Boiadeiro veio tarde
Veja a cruz no estradão
Quem matou o meu filhinho
Foi um boi sem coração
Lá pra banda de Ouro Fino
Levando gado selvagem
Quando passo na porteira
Até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste
Mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro
desejando-me boa viagem
A cruzinha do estradão
Do meu pensamento não sai
Eu já fiz um juramento
Que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure
Que eu precise ir atrás
Nesse pedaço de chão
Berrante eu não toco mais



Mudando a vertente segue abaixo “Galera Coração” de Edson e Hudson (Henrique/Hudson/Flavinho)

Vai, galera coração, solta a voz, bate na palma da mão
Vai, galera coração, diz que sim pra emoção
A galera tá, no pique, todo mundo animado
A festa começou, ninguém vai ficar parado
A música no ar, o clima contagia
O show é pra você liberar a energia
E aqui tá bom demais, todo mundo no embalo
É tanta emoção, que nem cabe no meu coração
Eu quero ouvir vocês, nessa troca de energia
Vai, galera coração, quero ouvir a multidão
Iê-oh! Iê-oh!
Iê - iê - oh! Iê - iê - oh!
Iê-oh! Iê-oh!
Iê - iê - oh! Iê - iê – oh


Uma dupla recente que vêm arrastando multidões: Victor e Léo – Fada

Fada, fada querida
Dona da minha vida
Você se foi
Levou meu calor
Você se foi mas não me levou
Lua, lua de encanto
Ouça pra quem eu canto
Ela levou minha magia
Mas ela é minha alegria
Vejo uma luz, uma estrela brilhar
Sinto um cheiro de perfume no ar
Vejo minha fada e sua vara de condão
Tocando meu coração
Madrugada de amor que não vai acabar
Se estou sonhando não quero mais acordar
Minha história linda, meu conto de amor
Algo aqui me diz que essa paixão não é em vão
O meu sentimento é bem mais que uma emoção
Eu espero o tempo que for
Minha fada do amor


Uma música que está tocando demais é Pode Chorar - Jorge e Mateus

Quase que acabo com a minha vida
Você me pôs num beco sem saída
Por que fez isso comigo?
Me dediquei somente a você
O que eu podia eu tentei fazer
Mas não, não adiantou.
Você não sabe o que é Amar
Você não sabe o que é Amor
Acha que é só mesmo ficar, ficar, ficar
E se rolar rolou.
Não se maltrata o coração
De quem não merece sofrer.
Não vou ficar na solidão de mão em mão
Assim como você.
Pode chorar,
Mas eu não volto pra você.
Pode chorar,
Você não vai me convencer.
Pode chorar,
Você se lembra o quanto eu chorei por você.




Bom, vou ficando por aqui!

Larissa Alves

quarta-feira, 30 de abril de 2008

CARACTERIZANDO - ENDO - INDO


Todo estilo musical possui uma “identidade” , aquilo que o caracteriza dos demais. Cada qual, seja o forró, o pagode, o funk, o jazz... , busca através de diferentes modos mostrar a sua cara. Por trás dessas caracterizações existem uma série de valores.
Como qualquer estilo, o nosso comentado SERTANEJO, também possui características que são únicas. E é isso, que vou procurar mostrar minimamente nessa postagem...
Quando fala : “ Sertanejo” o que vem em sua cabeça?
Para a maioria das pessoas que perguntei vem: “ rodeio” , “coisa de interior”, “homem de chapéu , bota e corda” , “boi, cavalo”, “duplas musicais”, “ viola, violão”, “ músicas de apaixonado”, “arena” ... sim, temos aqui um grande campo lexical!
É complicado tentar caracterizar algo, sem se identificar e colocar o seu ponto de vista, seus valores sobre o objeto. De fato, todos têm uma visão sobre determinada coisa, que pode variar ou ser a mesma. No caso da música sertaneja é difícil, pois uma mesma pessoa pode gostar desse estilo, - que possui duas identidades a caipira e a pop, como já foi mencionado – e gostar de outros estilos também. Não é o tipo de “objeto” que ou gosta desse ou do outro. Ou sou brasileira ou japonesa. Ou sou do grupo de mulheres ou do de homens. Também não é caracterizado apenas por aqueles que se vestem a caráter. O que se pode falar é ou gosta da música sertaneja ou não. É uma escolha!
A música sertaneja está inserida na vida de muitas pessoas, de fato, aquele caipira foi se adequando a época, mas existe e procura cultivar suas raízes. Já no sertanejo pop, o surgimento de novas duplas não pára. O mercado está sempre lançando novos nomes que fazem sucesso pelo Brasil afora.
HISTORIANDO – ENDO – INDO
Só para reforçar um pouco a história dessas duas identidades, vou escrever um pouco mais sobre o passado. Afim de não confundir o termo e a história do som.
Caipira X Sertanejo

Fonte: Brasilescola
O subgênero musical “sertanejo” é totalmente brasileiro. Na verdade, o sertanejo é uma variação ou uma “urbanização”, se é que podemos assim dizer, da música caipira, onde são utilizados instrumentos artesanais, como a viola, o acordeão e a gaita, algo voltado para o público rural do Brasil.

O sertanejo se caracteriza pela melodia simples e melancólica das músicas, bem semelhante à música caipira, talvez um pouco mais dançante e sem dúvida, mais urbana. Enquanto a música caipira tinha uma temática baseada na vida do campo, os sertanejos mudaram essa temática para agradar o grande público das cidades, adotando temas como amor e traição.

Ocorreu o cuidado particular em se evitar o termo “caipira”, visto com preconceito por grande parte da população.

A partir de 1980, houve no Brasil uma grande exploração comercial da música sertaneja, começando com Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, passando posteriormente para uma grande quantidade de duplas, tendo seu auge entre os anos de 1988 e 1990. Após esse período, a música sertaneja começou a “esfriar” devido ao destaque dado na mídia à outros estilos musicais, como pop e funk, porém sempre continuou bastante presente na região centro-sul do Brasil.

Por volta dos anos 2000, a música sertaneja conquistou novo destaque na mídia através do amplo espaço cedido à nova geração de duplas como Bruno & Marrone, Edson & Hudson, etc.



Larissa Alves

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Então é dia de rodeio...








Túnel do tempo : uma breve história da origem dessa festa

A história de rodeios no Brasil pode ser contada a partir de Barretos. Em 1955, a cidade possuía a pecuária como maior atividade econômica. Quando descansavam, os peões da região costumavam testar suas habilidades na lida com o gado. Foi assim que no mesmo ano nascia, numa mesa de bar, o "Clube Os Independentes".
A partir daí, inspirada na lida das fazendas e nas disputas realizadas próximo aos currais, surgiu a Festa do Peão de Barretos, em 1956. E já na primeira festa a principal atração era a disputa entre o homem e o animal.Barretos tornou-se o principal palco do rodeio brasileiro. Tudo ali realizado servia como modelo para outras cidades que já começavam a promover suas festas.
Na década de 60, a agenda de eventos no Brasil era enorme, principalmente no estado de São Paulo. Os peões haviam se transformado em competidores e corriam de uma festa a outra atrás dos prêmios.
Nos dias de hoje, os rodeios tornaram-se marco e identidade de inúmeras cidades do país. A festa, é aguardada todos os anos. Reúne milhares de pessoas, não só as amantes da música sertaneja. Normalmente, cada dia têm um show diferente.
Muitos rodeios acontecem pelo país durante o ano inteiro. Os principais se encontram em São Paulo, nas cidades de : Barretos (já mencionada), Jaguariúna, Osasco, Americana, Limeira...
Reúne milhares de pessoas com diferente idade, cultura, religião, credo.... é uma festa universal.


Polêmica
Fonte: www.abril.com.br



Os boiadeiros se divertem na arena dos rodeios e os animais sofrem. Esta é a visão do Projeto Esperança Animal (PEA) e da Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis (Apasfa).Para as duas instituições, a festa de rodeio machuca o animal (boi e cavalo) em diversas partes. Um exemplo é o sedém (laço ao redor do corpo do animal). A PEA informa que o artifício causa dor no animal e atinge órgãos como o intestino e a região do prepúcio, onde se aloja o pênis do animal.Já os peões se defendem dizendo que o sedém não causa dor, apenas cócegas. E ainda, para os organizadores de rodeios, o boi (ou cavalo) fica laçado pelo sedém por apenas oito segundos - período em que o peão tem de se sustentar na montaria.A polêmica já fez com que algumas cidades - como Rio de Janeiro, São Paulo e Sorocaba - proibissem o rodeio.


Efeitos Especiais




Existe toda uma estrutura envolvida para a realização do evento. Além do local apropriado - arena- , os organizadores abusam de efeitos especiais, iluminação, afim de arrancar olhares de surpresa do pessoal.


Para entrar no clima, vai a letra de uma canção conhecida por grande parte dos brasileiros:

Alô Galera de Cowboy
Dallas Company


A magia está no ar
Vejo fogo na arena
O cavalo a celar
Isso é coisa de cinema
Uma beca invocada
Um pingente no chapéu
Ouço uma oração
Sinto um pedaço do céu

Alô galera de cowboy
Alô galera de peão
Quem gosta de rodeio bate forte com a mão
Sinto o clima
É dia de rodeio
Todo mundo se arrumou
Alegria de um país inteiro
Festa de interior

Uma beca invocada
Um pingente no chapéu
Ouço uma oração
Sinto um pedaço do céu

Alô galera de cowboy
Alô galera de peão
Quem gosta de rodeio bate forte com a mão
Alô galera de cowboy
Alô galera de peão
Quem gosta de rodeio bate forte com a mão

Sinto o clima
É dia de rodeio
Todo mundo se arrumou
Alegria de um país inteiro
Festa de interior
Uma beca invocada
Um pingente no chapéu
Ouço uma oração
Sinto um pedaço do céu

Alô galera de cowboy
Alô galera de peão
Quem gosta de rodeio bate forte com a mão

(...)


Larissa Alves




quarta-feira, 16 de abril de 2008

Com que roupa eu vou?



Como vocês podem ver estamos falando de festa, mas não é qualquer uma. É a principal das que compõem a identidade do nosso objeto de estudo. Quando falamos em festa vem logo a cabeça: ROUPA.
Por isso venho falar um pouco sobre as vestimentas deste grupo que são um tanto diferente do que os jovens costumam usar.
Como os próprios sertanejos dizem, hoje em dia existem dois tipos de Cowboys: os que ouvem música sertaneja e se vestem como tais todos os dias e aqueles que usam as roupas e acessórios apenas em eventos típicos.
Mas meu interesse aqui é conversar com vocês um pouco sobre os que se vestem como Cowboys sempre, os que usam calça justa e com cintura relativamente alta, cinto e fivela, camisa xadrez ou jeans, chapéu e bota.
O tempo faz com que algumas dessas peças se modifiquem, no lugar da camisa xadrez ou jeans pode-se usar uma lisa e sem manga, a bota sai para a entrada dos coturnos sem salto.
Já as Cowgirls usam saias, antes cumpridas e hoje mais curtas ou até mesmo substituídas por calças; botas com saltos e cano bem alto ou sem cano (parecida com sapatos) e bordadas; em vez de camisas usam camisetes ou malhas bem justas e sem detalhes para que o toque final possa ser feito com os acessórios.
Os seguidores desta filosofia condenam, pois se antes eles eram descriminados por se vestirem de forma diferente hoje qualquer um adere a "moda" sem saber ao certo o que aquilo significa para aqueles que tem o sertanejo como o paixão, o medo é que se perca a originalidade que eles trazem a anos.
Por isso, meus amigos e amigas, quando se vestirem como Cowboy ou Cowgirl para ir a uma festa e se sentir parte deles, você pode não notar mas eles perceberão que você não faz parte do grupo.


Um grade abraço


Ana Carolina Baldin

terça-feira, 8 de abril de 2008

Definindo... Primeira Parte... Eis que surge a Música de Raíz!

Neste momento, o foco está voltado à música de raiz. Sei que se trata de um trabalho antropológico, porém para os que acompanham as publicações deste humilde blog peço licença para contar a história do surgimento deste segmento e ainda para encaixá-lo na linha do tempo. Somente para constar, as informações deste post como também o trecho a seguir, foram parcialmente colhidas do “Clube Sertanejo”.

A riqueza da música sertaneja de raiz está na diversidade de seus toques. Assim, mantendo as características básicas de harmonia, a essência da música sertaneja de raiz não é voltada às variações e alterações de acordes, mas à complexidade dos toques.
Clube Sertanejo


Não se sabe ao certo quando surgiram as primeiras músicas de raiz, mas um bom parâmetro é Cornélio Pires. Conhecido pelas anedotas e modas, onde o personagem é a figura do caipira, Cornélio reúne recursos para financiar gravações de discos e apresentações das principais duplas paulistas no início da década de 20. Tocando violão e viola sertaneja e cantando sempre em duas vozes, as músicas desta fase são conhecidas como “modas de viola”.
Seu auge se deu entre as décadas de 1940 e 1960, mas o constante esvaziamento do campo motivado pela modernização e pela fuga para os centros urbanos fez com que o som dos instrumentos fossem rotulados como “fora de moda” e com isso deixaram de serem ouvidos nas cidades. Mas a rendição do modismo veio a “galope”. A força da genuína musica raiz fez com que, aos poucos, a velha viola sertaneja voltasse aos palcos e aos grandes festivais. As décadas de 70 e 80 foram as que firmaram ainda mais o sertanejo de raíz. Tião Carreiro fez nome e até hoje é associado ao estilo musical.
Nomes que foram registrados na história da musica brasileira fizeram parte deste movimenta rural: Tião Carreiro, Pena Branca e Xavantinho, Tonico e Tinoco entre outros.

*Resumo de características:
Vestimentas simples, sempre com chapéu da cabeça, bota nos pés;
Músicas melancólicas, tocadas com violas, com letras que remetem aos hábitos sertanejos.


Obs: Capa do primeiro LP solo de Tião Carreiro, na década de 70. Ele nunca frequentou escola de música e foi autodidata também na escrita. Intuitivamente criou novas batidas de viola para a música sertaneja que viraram estilos musicais. Apesar do sucesso comercial com o companheiro Pardinho, Tião nunca abandonou suas raízes e lançou discos solos instrumentais onde a estrela era a sua maravilhosa viola.
(Créditos: MUBI - Música Brasileira Independente)


Marcelo Casagrande




quarta-feira, 2 de abril de 2008

Começando do começo... O significado do sertanejo!



Segundo o dicionário Michaelis:

ser.ta.ne.jo
(ê), adj. 1. Relativo ao sertão. 2. Próprio de sertão. 3. Que vive no sertão. 4. Rude, caipira. S. m. Homem sertanejo.



A origem do adjetivo sertanejo faz referência a tudo que é ligado a “sertões”, ou seja, das localidades interioranas do Brasil, o intitulado “povo caipira”.
Ao destacar o campo musical, percebe-se uma confusão ao definir a melodia “sertaneja”. Sabe-se que no Brasil, o estilo em questão é o herdeiro da moda de viola e da música caipira que se caracteriza por canções com traços melancólicos e simplórios. O gênero passou por inúmeras transformações e a essência original se perdeu com o tempo. Hoje é possível encontrar diversas vertentes. São elas: caipira, de raiz, country (influência norte-americana), sertaneja ou sertanejo universitário/pop. Ao longo dos próximos posts iremos mostrar quais são as suas peculiaridades, mas sobre tudo, as suas diferenças. Abordaremos as características deste objeto de estudo. Quem são e o que fazem os seguidores do sertanejo, como vivem, como se vestem, e destacaremos também a industria musical, grande causadora das adaptações e modernizações.

Marcelo Casagrande

quinta-feira, 27 de março de 2008

A primeira "vertente"

http://br.youtube.com/watch?v=kflhUXj5YjI&feature=related

Boa noite, amigos

Este clipe é o primeiro de Zezé di Camargo e Luciano, de 1992.
A dupla é uma das poucas da época que ainda sobrevive!!

Aproveitem!!

Ana Carolina Baldin

sexta-feira, 21 de março de 2008

Para início de conversa...

A escolha do objeto de estudo:

Escolhemos o sertanejo porque esse estilo musical está inserido com uma intensidade bem grande em nossa sociedade. Achamos que vale a pena ressaltar e estudá-lo com um outro olhar.
A idéia de existir duas identidades para tal estilo nos deixou instigados a "investigar" as distintas características.
Vale ressatar que neste ano, comemora-se "Oitenta anos do sertanejo no Brasil".
De um lado temos o antigo sertanejo de raíz, de origem caipira. Com uma viola eram feitas as canções de raízes, na maioria das vezes com letras do local. Esta vertente é antiga. Muitas dessas canções nos contam histórias, narrações.
Hoje em dia é apreciada pelos mais velhos, que ao ouvir lembram dos seus tempos antigos.
Por outro lado apareceu um sertanejo mais popular, em que duplas com um estilo sertanejo pop estão alcançando milhares de fãs.
Foram surgindo nomes de duplas, com um sertanejo mais " instrumentizado", melodias e letras diferentes daquelas de raíz. O que atraiu pessoas de todas as idades.
Enfim, vamos discutir mais profudamente cada um, afim de buscar suas identidades.
Nas próximas postagens abordaremos um pouco da história de cada um; duplas famosas; o público; festas e rodeios...

Larissa Alves